Nº 2500 - Maio de 2010
2500 - Maio de 2010
Editorial - A Nossa Revista Publica o seu 2500º Número
General
Gabriel Augusto do Espírito Santo
Este é o 2500º número da Revista Militar. Numa publicação contínua, que vem do distante ano de 1849. Os seus números reflectem o que, do ponto de vista militar, se passou no mundo nestes 161 anos, em conflitos, em mudanças da tecnologia militar, na evolução do pensamento que se debruça sobre a guerra e a paz e na difícil missão de aplicar e regular a força militar em cada um daqueles tempos tão diferentes. Mas que reflectem, também, e de importância relevante para a historiografia militar, o que se passou na Nação, nesses anos, do ponto de vista do pensamento militar. [...]
General Câmara Pina
General
José Alberto Loureiro dos Santos
Em sessão destinada a evocar a Memória da Academia das Ciências, o autor recorda o momento em que conheceu o General Câmara Pina e descreve sucintamente o seu percurso militar e científico, desde que se licenciou em Ciências Matemáticas na Universidade de Coimbra, passando pela frequência da Escola do Exército e promoção a oficial de Engenharia, até ao desempenho das funções de Chefe do Estado-Maior do Exército, no período de toda a História de Portugal em que o país fez o seu maior esforço continuado de guerra, em três teatros de operações a milhares de quilómetros de distância, com uma dimensão logística e operacional sem precedentes. Regista ainda os serviços que prestou às Forças Armadas e ao País, depois de transitar para a situação de reserva e, posteriormente, de reforma, criando o Instituto de Altos Estudos de Defesa Nacional, precursor do actual Instituto de Defesa Nacional, na Direcção da Revista Militar e como membro da Academia das Ciências de Lisboa, de que foi digno Presidente.
Mahan e as marinhas como instrumento político
Almirante
António Manuel Fernandes da Silva Ribeiro
O contra-almirante Alfred Thayer Mahan foi um ilustre oficial da Marinha dos EUA, que se notabilizou como estrategista e professor, cujos escritos sobre a centralidade do mar na grandeza dos países, realizados a partir de finais do século XIX, influenciaram gerações sucessivas de políticos e oficiais em todo o mundo e desencadearam o forte investimento na edificação de capacidades navais, que se verificou na década precedente à I Guerra Mundial.
 
Ainda hoje, o essencial do pensamento estratégico de Mahan, expresso no seu livro The influence of Sea Power upon History 1660-1783, sobre o poder marítimo, o comando do mar, a batalha decisiva e as bases navais é considerado em diversos círculos académicos e militares como uma referência fundamental para a preparação e emprego do poder naval.
 
Este artigo explica os fundamentos do pensamento estratégico de Mahan, a influência que teve em Portugal, em especial na elaboração da política e da doutrina naval do Estado Novo, e a validade actual do seu pensamento.
 
Mahan, continua a ser um incentivo à reflexão permanentemente, à realização de estudos, à participação em debates, à publicação de livros e artigos, e à publicitação, nos mais diversos fora, da necessidade e utilidade das marinhas, em especial da nossa que é de duplo uso, e que se deve manter com as capacidades equilibradas e a estrutura optimizada, requisitos essenciais para garantir uma postura firme na defesa, de empenho na segurança e de parceira no desenvolvimento, os três pilares da sua acção como instrumento político de Portugal.
Ideia Resumo do que foi o Corpo Militar Académico de Coimbra
Tenente-coronel
Armando Almiro Canêlhas
Com o presente artigo, pretende-se, de forma resumida, dar a conhecer o papel desempenhado pelo Corpo Militar Académico de Coimbra, ao longo das três Invasões Francesas que assolaram o nosso País.
 
A Ilhota do Paralelo 15
Tenente-coronel
João José de Sousa Cruz
A Ilhota do paralelo 15 (Sul) ou a Ilha de Moçambique, evoluiu de simples "Escala" obrigatória da carreira da Índia, para sede de "Capitania General de Moçambique, Zambézia e Rios de Sena", e mais tarde para capital da "África Oriental Portuguesa", distinção que perdeu com Mouzinho de Albuquerque, quando Comissário Régio, que a transformou em capital só do "Distrito de Moçambique", tendo a capital de toda a colónia sido transferida para Lourenço Marques onde ocorriam mais problemas face à descoberta de ouro no Tranvaal e à consequente invasão de aventureiros, no sul da colónia. Quando a capital do distrito de Moçambique foi levada para Nampula, nova machadada foi dada à Ilha que então ficou reduzida ao que é hoje, uma ilhota coralífera, sem nenhum interesse económico nem estratégico.
 
Mas que continua bela, isso é indesmentível.
Síntese Geopolítica e Geoestratégica do Poder Naval Português
Tenente-coronel PilAv
João José Brandão Ferreira
O artigo pretende fazer uma incursão histórica no Poder Naval português desde o inicio da nacionalidade até aos nossos dias,tendo em conta as condicionantes geopoliticas e geoestratégicas. Dada a extensão do período abrangido, optou-se por circunscrever a análise apenas ao poder militar até 1974; daí para a frente tenta-se fazer uma análise mais extensa abrangendo, agora, todos os aspectos do Poder Marítimo, incluindo as componentes mercante, pescas, lazer, portos, construção naval,etc.
Os Exércitos Ultramarinos 1910 1914
Mestre
Ricardo Manuel de Carvalho Varandas dos Santos
O artigo foi realizado a partir de um capítulo da tese de mestrado defendida pelo autor, no ISCTE, no ano de 2005.
 
Tendo esse trabalho como fundo os Processos de Reorganização do Exército Português entre 1900 e 1914, torna-se inevitável retratar o que existia ao nível do Exército Ultramarino Português, antes da Grande Guerra.
 
O tema adquire relevância para a historiografia militar nacional pois auxilia a compreensão da presença portuguesa nos territórios ultramarinos e as modificações que essas exigências produziram no plano interno e internacional.
 
Conferência Sobre Afonso de Albuquerque
Dr.
José António Alves Ambrósio
Tem sido crescentemente claro para nós que o que é, é religioso. Religioso nas suas origens, na sua identidade, na sua existência, nas suas relações, na sua dimensão, na sua dinâmica, no seu alcance. “Religioso” - enfatize-se - etimologicamente falando.
 
Num mundo exponenciadamente laico - a fortiori o do País que é o nosso, mergulhado na “vil tristeza” (Camões, claro, que, ademais o conhecia eventualmente como ninguém, Camões sempre como referência) por gente ignara, presunçosa e indigna - dizê-lo postula convicção, determinação e, bem entendido, potência para arrostar com as dificuldades inerentes à estreiteza de horizontes de muitos.
 
Sendo um pouco mais preciso é instante declarar que os poderes fácticos que mais têm que ver com este estado de coisas, a Igreja e a Universidade (esta, claro, na área das ciências humanas), não estão à altura do que deveriam estar. Quando da implantação do regime republicano, a Faculdade de Teologia da universidade coimbrã (a única universidade então existente) foi extinta - mas tal Faculdade continua, hodiernamente, a existir nas universidades germânicas e, a esse respeito, basta lembrar Tubinga. Quanto à Igreja Católica não é espantoso mencionar uma certa postura e/ou tibieza difíceis de compreender.
 
Todavia, a religiosidade e o misticismo afirmam-se cada vez mais num país que é uma superpotência. Referimo-nos aos EEUU, claro - mas até na laica e limitada França. Aqui, que mais que não fosse, bastaria a montra de certas livrarias para no-lo interiorizar.
Crónicas Militares Nacionais
Tenente-coronel
Miguel Silva Machado
  • Missão da Força Aérea no Índico;
  • Conselho da Saúde Militar;
  • 389º Aniversário da criação do Terço da Armada da Coroa de Portugal;
  • Estratégia de Desenvolvimento da Base tecnológica e industrial de Defesa;
  • Destacamento C-295M nos Açores;
  • Leopard 2A6 portugueses já fazem fogo;
  • QRF portuguesa no Afeganistão inicia actividade operacional;
  • Directivas Ministeriais.
Crónicas Bibliográficas
  • A LUTA POLÍTICA EM PORTUGAL NOS FINAIS DO ANTIGO REGIME ::  I - A PROPOSTA DE REFORMA DO EXÉRCITO DE 1803
 

 

 

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Gabriel Augusto do Espírito Santo
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