Nº 2513/2514 - Junho/Julho de 2011
2513/2514 - Junho/Julho de 2011
EDITORIAL - Tempos de Reflexão
General
Gabriel Augusto do Espírito Santo
Há um século atrás (1911), a Europa vivia mais uma época de globalização, especialmente assente num comércio internacional em crescimento, onde as exportações representavam entre um quinto e um quarto dos produtos nacionais da Grã­-Bretanha, Alemanha e França, o investimento estrangeiro em todo o globo (mais de três quartos com origem na Europa) quase que tinha duplicado entre 1900 e 1914 e um sistema de comunicações com a máquina a vapor, o motor de explosão, o telégrafo e as ondas rádio começava a tornar o mundo mais acessível. O padrão ouro, sem regras escritas mas a que se tinham associado os EUA e o Japão, regulava os pagamentos internacionais e Norman Angell escrevia um best­-seller, com o título de A Grande Ilusão, em que procurava demonstrar que uma quebra no crédito internacional provocada pela guerra era garantia para que tal guerra não acontecesse ou, se iniciada, tivesse um fim rápido. Garantia de paz que se procurava também na democratização crescente da sociedade, ainda que incompleta, apesar dos progressos conseguidos com a Constituição da III República de França, talvez a mais avançada na Europa de então. E também na dissuasão baseada em alianças ou em preparação militar das potências que crescentemente recorriam à conscrição e preparavam planos de guerra. [ ... ]
No Início e no Fim da Guerra em Angola
Tenente-general
Victor Manuel Mota de Mesquita
O autor recorda os episódios mais marcantes das suas duas Comissões de serviço em Angola, contemporâneas com o inicio e o fim da guerra e o esforço dispendido na criação do dispositivo de apoio logístico às Unidades que começavam a operar naquela Região Militar.
As Transmissões Militares na Guerra Colonial
Comissão
Comissão da História das Transmissões
A Guerra Colonial tem sido estudada sob vários pontos de vista, mas há assuntos que, por razões nem sempre fáceis de compreender, permanecem quase ignorados, embora todos lhes reconheçam, sem grande esforço, um enorme papel na condução das operações e no complexo sistema de apoios à actividade militar. Um dos exemplos mais incompreensíveis é o silêncio a que têm sido votadas as transmissões militares.
 
A Comissão da História das Transmissões (CHT) apresenta, neste texto sobre “As Transmissões Militares na Guerra Colonial”, uma sumária descrição e análise da forma como se iniciaram e desenvolveram as transmissões permanentes e as transmissões de campanha na Índia e nos teatros de operações da Guiné, Angola, Moçambique e Timor.
 
Se recuarmos no tempo, até ao início da guerra, constatamos com facilidade que faltava quase tudo. Não havia ligações do Exército com as suas unidades presentes nos teatros de operações, não havia ligações entre as unidades, e não existiam equipamentos que respondessem satisfatoriamente às necessidades operacionais. Esta situação obrigou a um tremendo e longo esforço de actualização, para que fossem encontradas as soluções mais adequadas às necessidades de ligação, condicionadas por sua vez pelas características de cada teatro de operações.

Podemos dizer que as transmissões foram, no Quadro da Guerra Colonial, um dos elementos base da actuação das unidades do Exército, não apenas no desempenho operacional, mas também no quadro da oportuna exploração das informações militares. As necessidades dos comandos e das unidades, tanto no que respeita aos meios técnicos, como ao seu emprego, foram sempre assumidas pela Arma de Transmissões, cujos técnicos e especialistas se encarregaram de dar resposta aos imensos problemas que as características do ambiente operacional e geográfico lhes foram colocando.

NATO e União Europeia: Análise da parceria estratégica
Coronel
Luís Villa de Brito
Na sequência de um ensaio anterior, este texto debruça­-se sobre as relações entre a NATO e a União Europeia, no âmbito da Segurança e Defesa. Tendo em comum 21 Estados Membros, defendendo os mesmos valores civilizacionais e procurando dar resposta a desafios e ameaças comuns, seria lógico que o trabalho destas duas organizações internacionais, de que Portugal faz parte, se desenrolasse de forma complementar e em estreita e assídua cooperação. No entanto, na realidade, nem sempre é isso que se verifica.
 
Como evoluiu o relacionamento ao longo da última década, que tipo de convergências e divergências se têm colocado à parceria e quais os principais desafios para o futuro, são as principais questões a que o presente trabalho pretende dar resposta. Para cumprir este objectivo, abordaremos também a problemática das relações transatlânticas, debatendo as características próprias de europeus e americanos, assim como exploraremos os principais problemas que se colocam em relação a outras duas variáveis extremamente importantes: a Rússia e a Turquia.
O Tempo Tríbio Português
Coronel
Carlos Manuel Pona Pinto Carreira
Portugal e o Império, o nosso objecto de estudo, constituem, na nossa perspectiva, um binómio inultrapassável na ontologia portuguesa, constituindo a nossa problemática em análise a questão de se saber se o Império está amordaçado e enterrado num Leito de Procustes, que determinará o fim da nossa independência a prazo ou se haverá um Fio de Ariadne que nos salve, impedindo que se concretize a afirmação do Bispo de Silves, em 1580, “que não viu ao presente mais remédio”.
 
Este estudo, que constitui um esquisso de uma investigação mais aprofundada intitulada Portugal e o Império. O legado ontológico, epistemológico, e metodológico do ISCSP e a ideologia que lhe é subliminar, pretende fazer jus ao legado metodológico do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, cuja essência é marcada pela interdisciplinaridade e transdisciplinaridade, tendo adoptado a perspectiva teórica subsidiária do método histórico para tratar a nossa questão de fundo, sendo qualitativa a metodologia escolhida.
 
Concluímos que urge redefinir e reposicionar um conceito estratégico para Portugal em que se aposte na frente marítima de acordo com o pensamento do Infante D. Henrique, constatando ao ler os sinais dos tempos, que a uma cada vez maior cooperação, já vivenciada, necessária e desejada por todos, se junta uma vontade de lusofalar e lusotropicalmente viver no cosmos de um Novo Império, O Império da Cultura Portuguesa.
O Cotidiano da Docência no Ensino Superior Policial Militar
Tenente-coronel
Aldo António dos Santos Junior
Major
Clayton Marafioti Martins
Esse estudo foi desenvolvido, a partir das representações dos cadetes da Academia da Polícia Militar do Estado de Santa Catarina, do Curso de Formação de Oficiais e seus docentes, levantando­-se as percepções e estímulos atribuídos por eles à docência no ensino superior. Os dados coletados através do emprego de dois questionários com questões abertas foram analisados com base na análise de conteúdo, portanto, empregou­-se uma perspectiva de análise de dados qualitativa. O referencial teórico e metodológico selecionado para a condução da pesquisa e análise dos dados pautou­-se na teoria da complexidade e no método dedutivo, Inferindo­-se que a docência é uma atividade que exige estritamente uma habilidade humana e complexa. A análise dos dados com fulcro no referencial teórico revelou a existência de uma falta de simetria no modo de pensar entre discentes e docentes.
Crónicas Militares Nacionais
Tenente-coronel
Miguel Silva Machado
  • GNR no Afeganistão;
  • Sapadores do Exército para a Defesa da Floresta, reduzidos a metade;
  • Contingente da GNR rendido em Timor­-Leste;
  • Centenário da GNR;
  • Dia da Marinha 2011;
  • Centésimo Aniversário do Instituto dos Pupilos do Exército;
  • Novos pilotos para a Marinha Portuguesa;
  • Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, 2011;
  • Novo Contingente do Exército no Líbano;
  • Força Aérea termina missão no Índico;
  • Portugal na vigilância marítima na fronteira externa da União Europeia;
  • Ministro da Defesa Nacional.
Crónicas Bibliográficas
  • A Marinha e o poder político em Portugal no Século XX
             Major-general Adelino de Matos Coelho
 
  • Seis Grandes Comandantes
             Coronel António de Oliveira Pena
Major-general
Adelino de Matos Coelho
Coronel
António de Oliveira Pena
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