Nº 2489/2490 - Junho/Julho de 2009
2489/2490 - Junho/Julho de 2009
Editorial - Para um Conceito Estratégico Nacional
General
Gabriel Augusto do Espírito Santo

“Tal como a política, a estratégia é a arte do possível; mas só alguns conseguem discernir o que é possível”.[...]

Nun’Álvares - Chefe Militar
General
António Eduardo Queiroz Martins Barrento
Dom Nuno Álvares Pereira, apesar de ter sido um homem do seu tempo, foi um chefe militar notável, que influenciou decisivamente o destino de Portugal. No ano em que é lembrado pela sua canonização, relendo as Crónicas, trazemos aqui alguns apontamentos sobre o homem, o ilustre militar, o chefe, o Condestável.
O Terrorismo Contemporâneo de Base Islâmica e o Paradigma da Física Quântica
Major-general
Luís Filipe Tavares Nunes
Capitão-de-mar-e-guerra
Paulo Mónica de Oliveira
O artigo ‘o terrorismo contemporâneo de base islâmica e o paradigma da física quântica’ relaciona o fenómeno do terrorismo que hoje aflige e atinge a comunidade internacional, nomeadamente a sociedade ocidental, com a teoria física das pequenas partículas. Numa abordagem inovadora, talvez um pouco ousada e dúvida polémica, os autores, não descurando o valor da estratégia clássica, utilizam na análise do fenómeno uma interpretação que recai no domínio da física quântica, metaforicamente utilizada como instrumento comparativo. A incerteza, a complexidade, o desconhecimento simultâneo da localização e do momento das células e das cliques terroristas, o seu funcionamento como corpúsculos mas também como fenómenos ondulatórios, levaram-nos, ainda que de forma figurada, a entrar no mundo das pequenas partículas, na procura de uma melhor explicação.
 
O texto percorre as questões que o fenómeno do terrorismo contemporâneo islâmico apresenta em termos de erratismo, de omnipresença, de superação de barreiras e fronteiras, de origens, trajectórias e probabilidades, utilizando os conceitos de incerteza e correspondência da física quântica.
 
Conclui, referindo que as soluções são complexas mas que sem um softpower adequado e sem combater as causas profundas do fenómeno, as estratégias que temos privilegiado estarão provavelmente votadas ao insucesso.
As Memórias de Militares Ingleses na Guerra Peninsular, como Fontes da História de Portugal Coetânea - Orientação Bibliográfica
Mestre
António Pedro da Costa Mesquita Brito
Os abundantes relatos pessoais de militares ingleses, ou ao serviço da Inglaterra, que serviram durante a Guerra Peninsular são interessantes fontes para a história de Portugal nessa época.
 
O objectivo deste trabalho é assim dar a conhecer aos estudiosos das Invasões Francesas esses relatos; elaborou-se uma lista de 310 obras, das quais 276 são memórias, correspondência, diários ou panfletos, publicadas pelos próprios, ou por terceiros, mas sempre com o cunho de realidade de quem viveu directamente os acontecimentos.
Tipografia no Exército. Os Prelos de D. Miguel. Sinopse histórica
Sr.
Manuel Martinho da Costa Malaquias
O estudo histórico e documental que apresentamos recai, em grande parte, sobre um período conturbado da nossa História no qual nos procuramos situar e em que a tipografia foi, também, interveniente.
 
A vinda dos primeiros prelos fabricados em ferro para Portugal, a oportunidade e a forma como a nossa Impressão Régia os adquiriu, são só por si um tema de interesse, não só no aspecto militar, como foi o caso, mas também da História da Tipografia no nosso país. Os prelos de Coimbra retirados por D. Miguel para as suas campanhas militares - essência de base do nosso estudo - o seu percurso e devolução, depois da capitulação dos absolutistas, descritos em documentos originais que atestam o valor material e patrimonial que sobre os mesmos era considerado, isto, para além da missão que serviam.
Os Zombo na Tradição, na Colónia e na Independência (IV Parte). Os Zombo na Independência e o "Tempo Escasso do Paraíso".
Professor
José Carlos de Oliveira
A publicação dos capítulos 5º, 6º, 7º e 8º da minha tese de doutoramento “Os Zombo e o Futuro (Nzil’a Bazombo) na Tradição, na Colónia e na Independência” veio, graças à Revista Militar, revelar o muito pouco conhecido povo Zombo, localizado ao Norte da República de Angola e enquadrado no grupo étnico Kongo (génese do então movimento político FNLA). Ao longo dos capítulos pudemos acompanhar as suas seculares relações sócio-culturais, especialmente com os Portugueses. Coube-me a difícil tarefa de conseguir transpor para o saber cientifico o ângulo de visão dos Zombo sobre os factos e documentos factuais, Geográfico, Histórico-Sociológicos, Económicos e Religiosos que se desenrolaram e em especial os pessoais: as pessoas que intervieram, como intervieram e quem as “puxou”...
 
O capítulo 8º trata, na óptica do povo Zombo, da “Panza” corruptela do termo francês Indépendance, a sublime “liberdade sem trabalho” daí o termo Paraíso. Assisti à independência do Zaire em 1960 onde também se deu o mesmo fenómeno que, aliás, não é só africano, diz o povo com razão “água o trouxe água o levou”… Neste capitulo aborda-se o problema dos “retornados”…Os Zombo, conhecedores do fenómeno “Retornados” em Portugal reivindicaram perante o Estado Angolano estatuto idêntico…As organizações internacionais, como por exemplo a ACNUR e a UNICEF, fizeram no terreno o que puderam, ajudando-os a reorganizar a vida, ou seja, a reintegrá-los. Esta questão, muito complexa, levará largos anos a resolver. A situação dos refugiados e deslocados causados pelas longas guerras foi alterando a estrutura étnica e sóciocultural dos Zombo consequentemente provocou e ainda provoca novos conflitos (o mesmo se dá com todos os grupos da fronteira política de Angola). O repovoamento veio despertar uma tensão associada a questões relacionadas com a propriedade.
 
Considero que neste contexto, as questões étnicas e sociais fracturantes são factores mais de mobilização do que motivações genuínas para algum conflito, já que a ambição principal dos Zombo sempre foi de ordem económica, muito atentos à flutuação dos interesses entre o Estado Angolano e o vizinho Estado Congolês. Nesta perspectiva, a estabilidade dos Zombo está profundamente ligada à política de exportação/importação de bens entre dois Estados no eixo viário, Kinshasa/Luanda.
 
Outra questão muito sensível e que tem sido frequentemente detectada é a cooperação civil-militar. Esta mistura de funções militares, económicas e políticas tem provocado uma confusão de papéis. A falta de segurança é evidente em muitas províncias dada a fragmentação do país.
 
Finalmente, sugere-se que deverá ser encarada como prioritária, a tarefa do constante ataque à velha deficiência do ensino da língua portuguesa na iniciação escolar. Sem o ensino básico do português, as dificuldades escolares dos jovens Zombo serão, no desenvolvimento das suas apetências profissionais e intelectuais, muito maiores. Um ensino predominantemente técnico profissionalizante, poderia corresponder suficientemente às suas necessidades reais, preparando-os para encarar com optimismo um próximo futuro.
Crónicas Militares Nacionais
Tenente-coronel
Miguel Silva Machado
  • Exercício “Phoenix Express” no Mediterrâneo;
  • Agusta Westland Portugal;
  • “Torre e Espada” atribuída à Base Aérea n.º 1;
  • Fragata “Bartolomeu Dias” entregue oficialmente em Portugal;
  • Dia da Marinha 2009, discurso do Almirante CEMA;
  • Exercício “Contex/Phibex09”;
  • Nova unidade do Exército parte para o Líbano;
  • Cerimónia Militar do Dia de Portugal, 2009;
  • Encontro Nacional de Combatentes;
  • Lei Orgânica do Ministério da Defesa Nacional;
  • Submarino “Arpão” lançado à água;
  • Mensagem do CEMGFA às Forças Armadas.
Outros Assuntos de Actualidade

Revista Militar
  • XI Simpósio de História Marítima.
Crónicas Bibliográficas
  • O Colégio Militar na Toponímia Portuguesa;
  • O Exército Português e as Comemorações dos 200 anos da Guerra Peninsular;
  • As Transmissões Militares da Guerra Peninsular ao 25 de Abril.
Tenente-general
João Carlos de Azevedo de Araújo Geraldes
Coronel
António de Oliveira Pena
Major-general
Adelino de Matos Coelho
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