Nº 2513/2514 - Junho/Julho de 2011
Pessoa coletiva com estatuto de utilidade pública
O Cotidiano da Docência no Ensino Superior Policial Militar
Tenente-coronel
Aldo António dos Santos Junior
Major
Clayton Marafioti Martins
Introdução
 
Com um mundo interconectado, o enfraquecimento do estado do bem estar social, as mudanças na relação capital­-trabalho, avanço das ciências, mudanças radicais na concepção de família e enfraquecimento das religiões a sociedade contempla os auspícios de uma nova ordem social, a pós­-modernidade.
 
Instauram­-se algumas direções para o ensino nas mais diversas instituições de ensino superior (IES): (1) Com um mundo cada vez menor, a comunicação digital, a eliminação das barreiras internacionais, a transculturalidade as IES devem estar cônscias das oportunidades que estão sendo criadas no mundo e antecipar­-se promovendo o realinhamento no seu projeto estrutural para a educação da nova era.
 
A nova dinâmica social exige produtos e serviços, neste particular o ensino superior, que satisfaçam às novas demandas sócio­-transculturais.
 
As IES públicas ou as privadas deverão promover mudanças no ambiente de ensino de modo cabal para que aquelas relações burocráticas e reducionistas dêem margem à flexibilização e horizontalização da sua estrutura e, por conseguinte, das relações docente­-discentes, promovendo a descentralização do foco do poder do professor para o alunado, maior autonomia na prática docente para o enriquecimento do processo de ensino aprendizagem que engendrará maior integração, compromisso e motivação para a aprendizagem.
 
As IES, de modo generalizado, impingem uma preocupação também fragmentada, não ecológica ou complexa, possuem uma orientação exclusivamente orientada ao lado profissional, esquecendo da orientação acadêmica e pessoal (Saúl et al., 2009).
 
O presente labor, caracterizado como uma pesquisa teórico­-empírica, empregando uma perspectiva de análise de dados qualitativa permeará o cotidiano do ensino superior na Academia da Polícia Militar de Santa Catarina, onde professores e alunos foram auscultados acerca do signo do bom e do mau professor no ensino voltado à segurança pública.
 
O trabalho encontra­-se compartimentado em três partes, a primeira versará sobre a complexidade da interação docente­-discente, a segunda tratará de matizar a atividade docente e perspectivas contemporâneas e a última estampará o ensino superior na academia da polícia militar catarinense, seguida a análise e discussão dos dados e respectiva conclusão.
 
 
1.  A Complexidade da Interação Docente-discente
 
A educação consagra­-se como um processo extremamente dialético no âmbito da relação entre as pessoas. Esse evento relacional pode estar contingenciado e contíguo a uma sala de aula, a um ambiente virtual de aprendizagem e até mesmo em outras formas de organização humana onde ocorre alguma espécie de interação.
 
“A educação do futuro deverá ser o ensino primeiro e universal, centrado na condição humana” (Morin, 2000: 47).
 
O conhecimento da essência humana concentra­-se em situar o homem no universo, e não mantê­-lo encapsulado de acordo com a proposta reducionista da concepção de homem que o distancia da realidade e desconsidera o seu microcosmo (Morin, 2000).
 
As organizações humanas se vêem se vêem compelidas a sair da modernidade para a pós­-modernidade que para muitas pessoas ainda constitui segredo, algo desconhecido e perigoso de se vivenciar.
 
A sociedade digital tornou o mundo virtual onde uma elevada quantidade de informações é lançada a todo o momento da vida das pessoas e das organizações, aqueles que não possuírem conexão com essa realidade se tornar obsoletas e permanecerem isoladas (Cimadon, 2000).
 
A figura infra, apresenta uma síntese das condições humanas que devem ser observadas para contextualizar o ser humano no cosmo e na esfera viva.
 
Figura 1 - Caracterização das condições humanas
Fonte: Elaborado próprio com base em Morin (2000).
 
Hodiernamente a sociedade experimenta a inserção de novos traços, padrões e valores morais, da mídia eletrônica, do fim do emprego de fábrica, da produção liberal, pela hegemonia dos países de acordo com a capacidade científica e tecnológica, num planeta marcado pela transculturalidade (Cimadon, 2008).
 
Essa gama de mudanças transforma o ambiente de ensino­-aprendizagem. Aquela interface docente­-discente linear foi sucumbida, não mais cabe na prática docente contemporânea.
Os detentores de uma prática docente mecanicista certamente desconhecem a natureza da complexidade que marca o ambiente de ensino­-aprendizagem, onde pululam inúmeras macro e micro­-conexões que envolvem o entorno.
 
O bom professor é aquele que intervém num sistema ecológico, complexo e caótico, onde é fundamental o conhecimento e concepção da complexidade humana empregando constantemente os conhecimentos das neurociências e a reflexão de modo permanente.
 
“A prática mental do auto­-exame crítico permite que nos desconcentremos em relação a nós mesmos e, por conseguinte, que reconheçamos e julguemos nosso egocentrismo. Permite que não assumamos a posição de juiz de todas as coisas” (Morin, 2000: 100).
 
A compreensão do seu ser levará o docente à compreensão do ambiente de aprendizagem que está impregnado de múltiplas variáveis que influenciam o comportamento discente.
 
O ambiente de aprendizagem, destarte, é multifacetado de ordem na desordem, na desconstrução do conhecimento para a construção do novo.
 
O conhecimento da natureza humana e sua condição influenciará o sucesso ou insucesso da atividade docente, afinal se pode conjugar a condição de certeza levando em conta a diferença entre as variáveis conhecidas pelas desconhecidas.
 
“A reflexão implica a imersão consciente do homem no mundo da sua experiência, um mundo carregado de conotações, valores, intercâmbios simbólicos, correspondências afetivas, interesses sociais e cenários políticos” (Zeichner, 1993 citado por Gómez, 2001: 194).
 
O professor deve possuir uma postura baseada na plasticidade técnica, humana e conceitual, em sua prática de facilitador e motivador na geração do conhecimento considerar nos atributos ilustrados na Figura abaixo.
 
 
 
Figura 2 - Variáveis que o docente deve considerar no processo de ensino­-aprendizagem
Fonte: Elaborado próprio com base em Nóvoa (1995).
 
“O lado humano envolvido no ensino, representado pelos alunos e professores, constitui uma realidade dinâmica, complexa e imponderável, impossível de ser inteiramente prevista, como parece subentender a burocracia estatal” (Lüdke & Boing, 2007: 1179).
 
Mesmo com o conhecimento das novas tecnologias nos campos mais diversos, como eg., das neurociências, para o fomento das atividades docente, ainda paira nos ambientes educacionais os resquícios das práticas mecanicistas burocráticas, contingências certamente híbridas, onde o velho e novo convivem, um estágio intersticial, de certo se consagra um ponto de mutação.
 
“O mundo da alta modernidade estende­-se para além dos domínios das atividades individuais e dos compromissos pessoais, estando repleto de riscos e perigos, ‘para os quais o termo crise’ - não como mera interrupção, mas como um estado de coisas mais ou menos permanente - é particularmente adequado” Giddens (2002: 19).
 
Para encerrar este bloco procurou­-se consolidar que a ação docente - discente sucede num ambiente caótico, complexo onde o conhecimento da natureza do seu próprio ser será factível para o sucesso ou insucesso na geração do conhecimento.
 
 
2. A Política de Educação e a atividade Docente
 
A bibliografia que trata da formação docente é bastante pródiga (e.g.: Balzan, 2008; Carvalho, 2008; Cunha, 1999; Grillo, 2008; Imperón, 2000; Kamura, 2000; Kincheloe, 1998; Libâneo, 1998, 2001; Lima, 2001; Limana, 2006; Maseto, 1998;Morosini, 2001; Nóvoa, 1995, 2006; Pimenta, 2002; Porto, 2004; Ribas, 2008; Santos, 2005; Schön, 2000; Souza 2008; Tardiff, 2002; Zabalza, 2004).
 
A identidade do docente do ensino superior possui um caráter de atuação multifuncional e um conhecimento que transcende ao conhecimento que pertina a disciplina ou matéria que leciona, uma vez que agem na formação de profissionais das mais variados campos e áreas do conhecimento (Pimenta & Anastasiou, 2008).
 
Carece ainda no Brasil uma legislação mais democrática que valorize a qualidade do ensino brasileiro, a ausência do Estado na educação é altamente perceptível, inúmeras disfunções marcam a educação no Brasil, basta se analisar os dados integrantes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e outras agências que se observam as disfunções, e.g.: quanto a oferta dos cursos de pós­-graduação stricto sensu e as demandas que se denota o gap, basta se fazer uma comparação com demais países da América Latina para perceber as distorções, além disso os critérios para o acesso aos curso desses quilates possuem alguns critérios compadrescos e impregnados de vassalagem.
 
Do ponto de vista das estruturas denotam­-se problemas graves na forma de atuação. “Também há um órgão chamado de CAPES que se atribui, ilegalmente, um sistema de avaliação da pós­-graduação, num verdadeiro equívoco jurídico e protetor de um gueto de corrupção e proteção de grupos” (Cimadon, 2008: 34).
 
“Portanto, a consolidação da matriz do ensino superior nesses termos evidencia um paradigma liberal da educação no Brasil, que se realizará, também, à custa de muitas modificações na rotina do trabalho docente” (Bosi, 2007: 1507). A questão da dedicação exclusiva e a desregulamentação e o problema da contratação. Contratação de alunos de pós­-graduação como professores nas IES é um exemplo dessa realidade.
 
[...] o slogan da reflexão, pode ser interpretado como uma reação contra a visão dos professores como técnicos que meramente fazem o que outras pessoas, fora da sala de aula, querem que eles façam, e contra modelos de reforma educacional do tipo “de cima para baixo”, que envolvem os professores apenas como participantes Passivos (Zeichner 2008: 539).
 
O imperativo de políticas públicas progressistas no Brasil deverá ir além da pseudo­-preocupação com o treinamento e desenvolvimento docente, mas sim com a elaboração um plano estratégico educacional para o Brasil.
 
“Muitos tocam no perene ponto­-chave da formação, inicial e continuada, na preparação de um profissional mais fortalecido, para enfrentar os embates e desafios de um trabalho docente mutante, frente a uma população discente ainda mais mutante” (Lüdke e Boing, 2007: 1197).
 
Por outro lado os novos modelos estruturais e estruturantes de cunho progressista possuirão um caráter menos perene, mais volátil relativos às contingências ambientais externas.
 
“As hierarquias burocráticas, o autoritarismo, a impessoalidade, a verticalização das estruturas cedem a formas mais horizontais e coletivas, porém mais instáveis e menos conhecidas, mais vulneráveis” (Oliveira, 2007: 369).
 
Todo o processo de mudança é conflituoso e difícil de ser gerenciado, e.g., a transição entre esses modelos de regulação implica um processo de hibridismo, em que as modernas práticas vão sendo, paulatinamente assumidas ainda sob as lógicas burocráticas (Barroso, 2006).
 
Assevera­-se que a atividade docente voltada ao ensino superior possui um matiz diferente em razão do caráter multifacetado dos discentes, em comparação com os dos demais níveis.
 
Torna­-se essencial que o docente tenha uma preocupação em permear e compreender a sua missão no contexto acadêmico relacionado ao ensino, pesquisa e extensão que possuem uma natureza indissociável para a geração do conhecimento.
 
“O professor deve ser capaz de gerar conhecimento próprio, para poder ensinar ao aluno a qualidade básica da Universidade que é a criação científica” (Coppelletti, 1992: 13).
 
O discente universitário teria maior capacidade de reflexão sobre o conhecimento e seus próprios processos de aprendizagem, uma vez que conhece com maior propriedade seu cotidiano (Oliveira, 1999).
 
A atividade docente no ensino superior, portanto, se reveste de um caráter de maior complexidade não é por menos das inúmeras questões que são tratadas nos estudos acerca dessa atividade com as seguintes argüições: como estimular os alunos, como ensinar diante de tanta disponibilidade de informações em mídias de natureza diversa, como construir conhecimentos com uma gama elevada de alunos, como aliar ensino e pesquisa e como avaliar todo esse sistema burocrático existente.
 
“[...] essa perversa divisão entre quem decide e quem executa acaba por ser o principal efeito corrosivo da burocratização e por ter importantes efeitos na desprofissionalização dos professores” (Cunha, 2005: 9).
 
Na interface entre o discente e a instituição de ensino superior o discente é o principal aprendiz, constitui o eixo central das atividades acadêmicas, que por sua vez não exerce com plenitude a autoridade que lhe é outorgada (Zabalza, 2004).
 
A universidade se constitui no local destinado a formação dos docentes para o nível superior, ela forma seu próprio quadro técnico.“A questão da formação didático­-pedagógica, no entanto, não é sequer mencionada como pré­-requisito básico para o exercício do magistério superior” (Vasconcelos, 2000: 16).
 
 
3.  O Ensino Superior na Academia da Polícia Militar da Trindade
 
Alguns estudos difundidos na literatura científica podem ser encontrados no Brasil que curam da temática do ensino militar, mormente os oriundos das Academias do Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira e Marinha (e.g.: Bispo e Zanela, 2001; Duarte, 2009; Fernandes, 2010; Godoy, 2010; Hirata, Lemes e Inácio Júnior, 2010; Hummel, 2010; Leal, 2010; Marques, Castro e Moreira, 2010; Neto, 2010; Ribeiro, 2010; Schwengber, 2010; Silva e Pereira, 2010; Souza, 2003; Vilela, Silva e Ferrari, 2009).
 
 A Figura 3, infra, ilustra a preocupação dessas organizações militares brasileiras com a questão do ensino superior e a formação dos oficiais.
 
ORGANIZAÇÃO DE ENSINO
MILITAR
TEMAS ESTUDADOS EM DOCÊNCIA MILITAR
Escola Naval
•  A sociedade contemporânea e a carreira militar (neto, 2010).
•  Pesquisa em educação na escola naval: Novas tecnologias de informação e comunicação nos processos educacionais (Marques, Castro e Moreira, 2010).
•  O ensino da gestão da inovação na escola naval (Barbosa, 2009).
Academia da Força
Aérea
•  Proposta de reestruturação do ensino superior no comando da aeronáutica (Bispo & Zanela, 2009).
•  Autonomia versus homogeneização na formação dos oficiais da força aérea brasileira (Leal, 2010).
•  Formação dos futuros oficiais da força aérea brasileira: Diretrizes da estratégia nacional de defesa (Silva & Pereira, 2010).
•  Conhecer para entender, entender para relacionar, relacionar para ensinar: O caso da academia da força área (Hirata, Lemes & Inácio Júnior (2010).
•  A cooperação Universidades - AFA no desenvolvimento de pesquisas para a adequação de ferramentas de gestão pública ao âmbito militar (Vilela, Silva & Ferrari, 2009).
Academia das
Agulhas Negras
 
•  A educação do oficial para um mundo cibernético (Fernandes, 2010).
•  A evolução do conceito de segurança e seus reflexos para o ensino superior militar (Ribeiro, 2010).
•  Formação dos oficiais das forças armadas no Brasil: Urgente coordenação dos fundamentos e conteúdos pelo ministério da defesa (Godoy, 2010).
•  Informação e sujeito nas instituições totais: Perspectivas para as academias (Hummel, 2010).
•  Lógica dialógica nas agulhas negras (Duarte, 2009).
•  O ensino militar como instrumento de mudança (Schwengber, 2010).
Palavras Chave:
•  Sociedade. Carreira militar. Pesquisa. Educação. Processos educacionais. Ensino superior. Formação de oficiais. Ensinar. Cooperação universidades. Instituições totais. Ensino militar.
 
Figura 3 - Linhas de estudos das Forças Armadas Brasileiras.
 
 
Convém destacar a escassez de publicações científicas que tange acerca do ensino superior policial militar, raríssimos são os estudos que podem ser encontrados em periódicos científicos, demais trabalhos certamente devem se apresentar em formatos de outros tipos de textos.
 
Na Academia de Polícia Militar da Trindade, são realizados os Cursos de Formação de Oficiais de Polícia Militar para a PMSC, funcionando regularmente do 1º ao 4º Período, cursos esse em nível de graduação.
 
Por falta de políticas organizacionais, no caso de recursos humanos, o curso não funciona com todas as fases, existem tempos de interrupção de algumas fases.
 
Recentemente a Polícia Militar mudou os requisitos de recrutamento passando a exigir a graduação no curso de direito, alterando, portanto, o planejamento político pedagógico para essa realidade ainda não se consolidado.
 
Os discentes possuem, em síntese, o seguinte perfil: Predominantemente do gênero masculino, com uma idade média 33 anos de idade, a maioria possuem família com prole, procedentes, primordialmente, dos diversos Municípios do Estado de Santa Catarina.
 
Por esta razão pouco se preocupava com a formação dos discentes, em razão que toda formação, excetuando­-se a exclusivamente policial militar, era proporcionada por uma Instituição de Ensino Superior contratada para desenvolver o Curso de Bacharel em Segurança Pública, a Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI.
 
O atual corpo docente está constituído, na sua maioria por Oficiais da PMSC, que não possuem um vínculo exclusivo com a Academia da Polícia Militar, desenvolvendo também, suas atividades em outras organizações policiais militares, quer seja administrativa ou operacional com pouca dedicação ao ensino­-aprendizagem, pela falta de estímulos.
 
Convém ressaltar que em muitas academias de polícias, civis e militares, inexiste um corpo docente exclusivo para essa atividade, e.g., - Acrescente­-se, também, que “tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Civil não possuem um corpo de docentes inteiramente dedicado ao ensino” (Poncioni: 2005: 596).
 
Apesar dos esforços dos docentes pouco valor se preza ao aperfeiçoamento contínuo, inexistindo qualquer espécie de curso promovido pela corporação destinado ao aperfeiçoamento didático ou metodológico orientado para o ensino superior ou demais níveis.
 
Do ponto de vista da pesquisa do mesmo modo se desconsidera sua relevância para os docentes e tão pouco, para a formação discente. “O indissociável trinômio ensino­-pesquisa­-extensão é inerente à prática docente na Educação Superior” (Marques et al., (2010).
 
“A polícia brasileira, hoje, deve levar em conta as seguintes recomendações: 1) accountability; 2) interdisciplinaridade; 3) informação e pesquisa; 4) policiamento comunitário e 5) investimento em perícia e técnica policial” (Souza, 2003: 313).
 
“Atualmente na Formação dos Oficiais da PMSC, não se percebe a cooperação de outras instituições de ensino superiores, militares ou civis como ocorre nas organizações de ensino superior nas Forças Armadas” (Vilela et al., 2010).
 
Poucos Oficiais docentes possuem uma história consolidada no âmbito das instituições de ensino superiores, onde se presume maior ênfase da prática docente voltada aos aspectos de ordem empírica em detrimento do teórico­-empírico, proporcionando, destarte, a quase ausência de um pensamento científico e filosófico relevante para essa atividade.
 
“O ensino formal [...] na AMAN [...] e possui como principais parâmetros uma formação de base humanística, filosófica e científico­-tecnológica, bem como uma sólida formação militar e de conhecimentos técnicos e táticos, [...]” (Duarte, 2010: 3).
 
Do ponto de vista da originalidade esse trabalho se encerra como original, por ser o pioneiro nas questões de ensino na PMSC, até o presente momento difundido num periódico científico, até por tratar­-se de um estudo teórico­-empírico.
Se não bastasse o viés anteriormente aduzido, convém salientar que imperou por muitos anos na organização uma administração personalista, onde a ausência de políticas organizacionais levou as pessoas a se acomodarem e pouco procurarem se esmerar em altos estudos nas academias civis, nos níveis de graduação e pós­-graduação.
 
Recentemente, com a nova política salarial adotada iniciou uma demanda por cursos de pós­-graduação, lato­‑sensu e strcito­‑sensu pelo fato de que cada curso desses níveis a pessoa passaria a perceber em sua remuneração um percentual de aumento, pensa­-se que num futuro próximo o quadro possa ser transformado, em razão da procura por titulações.
 
 
4. Material e Método
 
Este estudo está caracterizado como sendo do tipo exploratório, seguindo uma perspectiva de análise de dados qualitativa, em razão deste pesquisador fazer parte do corpo docente da Academia da Polícia Militar o que possibilitou o contato direto com a população envolvida durante um período de cinco meses.
 
A pesquisa qualitativa destinada a situações complexas envolvendo a procura e obtenção de dados descritivos - atitudes, crenças, valores, motivos, signos e aspirações - sobre pessoas, lugares e processos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada (e.g.: Cervo e Bervian, 2004; Gil, 1999, 2002; Marconi e Lakatos, 2007; Oliveira, 1999).
 
O universo da pesquisa está contemplado pelas pessoas integrantes do Curso de Formação de Oficiais da APMT, totalizando em 66 indivíduos, dos 83 alunos do 4º ano e 3º ano de curso. Do lado docente, 14 pessoas, somente responderam do total de 74, que atuam nesses cursos.
 
A coleta de dados foi empregada dois questionários contendo cinco questões abertas cada uma, encaminhadas aos alunos e professores via e­-mail. Empregou­-se, para tanto, uma síntese dos modelos propugnados por (Hasset, 2000; McEwan, 2002; Potenza, 2000 e Harden, Crosby, 2000).
 
Foi realizado um teste piloto com os dois instrumentos de coleta de dados com oito entrevistas encaminhadas, também via e­-mail aos grupos de alunos e professores.
 
Foi empregada a técnica de análise de conteúdo, seguindo Minayo (1996), tem­-se que, a análise de conteúdo constitui uma forma particular de semântica quantitativa, é um modelo simplificado, esquematizado. O emprego do método é mais fácil e mais rápido do que outros do gênero.
 
A analise foi realizada verificando­-se rigorosamente os termos frequentes, os códigos da fala, as estruturas profundas, formas de argumentação, realizando­-se sempre interpretações e reinterpretações para evitar impressões errôneas.
 
 
5. Resultados
 
Preliminarmente com base nos discursos construiram­-se dois quadros semânticos (Figura 4 e 5), a partir da análise de conteúdo, conforme segue de acordo com as cinco dimensões de cada questionário.
 
VARIÁVEIS
INTERFACE COMPORTAMENTAL
INTERFACE TECNOLÓGICA EDUCACIONAL
Signo do bom professor.
•      Aquele que desperta o senso critico/criativo.
•      Saber motivar à pesquisa.
•      Fomentar a inovação.
•      Trata de os problemas cotidianos.
•      Tem foco nas pessoas e não somente na própria instituição.
•      Incentiva o aluno à pesquisa científica
•      Estar preparado e atualizado.
•      Critérios na escolha dos professores, o que se verifica que não há.
•      Sabe informar o que é e como se aplica na realidade a matéria ensinada.
•      Ter domínio do conteúdo.
•      Evita as “decorebas”.
•      Propõe soluções através de debates.
•      Patrocina espaços para que o aluno produza a sua própria convicção.
•      Enfoca a atividade profissional do Oficial de polícia militar.
•      Realiza aulas dinâmicas que incentivem a participação dos alunos. 
O professor marcante e a trajetória na trajetória profissional.
•      Lembrado e tido como referencial para toda a vida profissional.
•      Os mestres que souberam motivar. 
•      São como guias para o aluno, indivíduos que eles confiam e se espelham.
•      Os que mostraram uma visão ampla dos problemas políticos, sociais e ambientais.
•      É aquele que constrói o pensamento do profissional afetando diretamente a direção e qualidade dos serviços.
O bom professor e as técnicas de ensino.
•      Técnica de despertar o senso crítico do aluno, não no sentido de insubordinação, mas sim de criatividade e construção do conhecimento.
•      Geralmente, quando um instrutor chega à sala de aula discursando em defesa de antigas tradições e práticas militares que já não se coadunam à realidade social do século 21 gera desânimo e uma conotação de desatualização.
•      Os bons professores, além de evoluídos em sua forma de pensar, realizam atividades que prendem a atenção.
•      Um clima mais descontraído estimula ao estudo. 
•      Associar o seu conteúdo à motivação do acadêmico.
•      Uso de mídia, aulas expositivas empolgantes, com muitos casos práticos de aplicação da teoria, uma oratória envolvente.
•      Ótima oratória e incentivo às pesquisas de campo.
•      Dinâmicas de grupo que incentiva a participação dos alunos.
•      Utilizam o debate a fim de contribuir para o conhecimento, trazendo opiniões externas e conflitantes criando dúvidas e instigando a curiosidade do aluno.
Conteúdos essenciais para ser um bom Oficial da PMSC.
•      O curso deveria ser mais profissionalizante, voltado para a prática operacional e administrativa, principalmente em gestão de grupos.
•      Em primeiro lugar o respeito, tanto na hora do tratamento como das aulas ou instruções, pois como um oficial vai ser educado se é criado na base do grito, da ignorância.
•      Visão filosófica e técnica de liderança militar.
•      Conhecimento, o que facilitará o autocontrole nas horas de decisões difíceis.
•      É necessário realizar uma reforma completa na estrutura curricular do Curso.
•      Os conteúdos que tangem à administração, com certeza são os que deveriam ter mais ênfase no CFO.
Caracterização do mau professor.
•      Aquele que não deixa margem de discussão acadêmica para o aluno, temendo a quebra da hierarquia e disciplina.
•      Existe ainda muita arrogância, orgulho, falta de urbanidade e cordialidade, especialmente por parte dos instrutores de matérias essencialmente militares, como a Ordem Unida, são os tidos como “casca grossa”, os desatualizados.
•      Alguns docentes esperam que o cadete aprenda "no tranco", à base de comunicações de "esporros", quando não com humilhações públicas e instaurações de Processos Disciplinares desnecessários.
•      O neófito não pode ingressar nas fileiras da corporação com raiva de seus comandantes.
•      Precisamos valorizar o policial, e só se começará a atingir esse intento com a mudança na formação.
•      Desconsidera a satisfação do aluno, tampouco suas sugestões.
•      Desconhece a disciplina que ministra e ain­da não sabe transmiti­-la de forma cordial aos discentes.
•      O maior motivo para a PMSC estar tão atrasada em relação às demais instituições estatais está na formação, aliás, formatação.
•      Aquele que não pesquisa, não se atualiza sobre seu conteúdo ou disciplina.
•  Não  preparar a aula a ser lecionada e, quando não possui base teórica e científica.
•  É aquele que pega a matéria, porém não tem seu domínio.
•      Aquele que às vezes tem conhecimento, porém não consegue transmiti­-lo.
Síntese das impressões.
•      O docente eficaz está caracterizado do ponto de vista comportamental como possuidor de liderança, sabendo motivar, integrar e comprometer os discentes. Relaciona a teoria com a prática.
•      O docente ineficaz é o seguidor dos arquétipos clássicos, avesso as mudanças, ligado á educação tradicional e estilo comportamental do “chefete”.
•      Emprega com esmero as técnicas de ensino modernas. Emprega dinâmicas de aulas diversificadas, é um bom orador e voltado à pesquisa.
•      Não possui conceitos filosóficos e conceituais baseando suas aulas no pragmatismo.
 
Fig. 4 - Impressões dos discentes acerca da docência militar
Fonte: Elaborado com base na pesquisa.
 
 
 
VARIÁVEIS
INTERFACE COMPORTAMENTAL
INTERFACE TECNOLÓGICA EDUCACIONAL
Signo do bom professor.
 
•      Primeiramente experiência prática na área em que atua para dar de imediato uma visão geral da realidade e do desejável.
•      Significa conciliar o objetivo de ensino proposto na ementa com exemplos práticos do dia a dia, carga horária e doutrina predominante, tornando o aprendizado do conteúdo proposto uma tarefa mais fácil e permanente.
•      Deve­-se atentar a dar um panorama geral do que funciona, o que não funciona, o que pode melhorar e o que deve ser extinto a fim de proporcionar um trabalho eficiente.
•      Ter a responsabilidade de preparar o futuro da corporação, estar atualizado com as mudanças do mundo globalizado e repassar a eles uma visão da polícia do futuro com comprometimento de todos na busca de oferecer para a comunidade um serviço de qualidade.
Influencia do professor marcante e a trajetória na carreira profissional.
•      Os professores são sempre tomados como exemplos a serem seguidos, alguns não. Principalmente se forem superiores hierárquicos, pois representam caminhos que os alunos poderão seguir posturas que servem de exemplo profissional.
•      Os professores “marcantes” mais ainda que os demais professores, influenciarão o comportamento dos profissionais recém formados.
•      Na verdade, o professor tem o poder de influenciar, espalhando multiplicadores do seu pensamento, podendo afetar os rumos da corporação que representa.
•      Ser reconhecido por seus pares como referência por sua dedicação a sua área de conhecimento.
•      O comprometimento do profissional em proporcionar aos alunos a prática real faz com que ele goste ou não do tema.
 
O bom professor e as técnicas de ensino.
 
•      Passar conhecimento sem exigir coisas mirabolantes, usar técnicas novas como vídeos, apresentações atualizadas não estressar o aluno com a mesma técnica.
•      Além de fundamentar os conhecimentos repassados em doutrinas, legislação e jurisprudência, utilizam exemplos práticos, erros e acertos do cotidiano profissional, vivenciados ou verificados, que servem para fixar o conhecimento e demonstrar como a legislação é aplicada na prática.
•      Com a evolução das tecnologias de informação este professor deve navegar na internet com os alunos para propiciar a troca de informações que circulam diariamente pelo mundo, ser capaz de fundir a teoria e a prática e construir um saber com base na discussão do tema da disciplina.
Conteúdos essenciais para ser um bom Oficial da PMSC.
•      Como já se tem a formação jurídica, devem­-se programar especialmente matérias ligadas à administração de pessoal, logística, etc. e também os processos dos serviços e rotinas internas, principalmente ligadas ás do Oficial subalterno.
•      Estimular a prática, inovação e criatividade.
•      Considerar as matérias inerentes à técnica policial.
•      Ter uma base teórica das atividades executadas pela Corporação.
•      Perspicácia e criatividade para lidar com os mais diversos problemas enfrentados, conhecimento das principais leis e suas aplicações práticas/jurisprudências.
•      Devoção ao serviço, conhecer e tentar resolver ou ao menos amenizar os problemas dos seus subordinados.
Caracterização do mau professor.
•      Aquele exige coisas infundadas.
•      Não deter o conhecimento prático do que leciona, deixando as aulas em um âmbito teórico, não aplicável.
•      Utilizar a da carga horária para conhecimentos pouco úteis ou úteis apenas para os interesses momentâneos do próprio instrutor, questões filosóficas ou discussões sobre princípios, que causem mais dúvidas do que conclusões objetivas.
•      Aquele que exige coisas infundadas, que não são utilizadas no serviço policial militar. 
•      Os que não possuem formação e experiência pedagógica no nível que leciona.
 
Síntese das impressões.
•      Percebe­-se códigos da fala dos docentes uma forte orientação para a organização, onde a hierarquia estabelece os valores das pessoas sugerindo inclusive, que a liderança está contígua nos galões.
•      Concebe o bom professor como aquele que “repassa” as experiências, em momento algum se percebeu uma preocupação com a interface comportamental sugerindo uma tendência clássica do processo de ensino aprendizagem.
•      Relega­-se o plano humanístico, a cultura, o background, os valores, as aspirações e os sentimentos encapsulando o discente do processo.
•      Desconhecem a necessidade e importância de políticas educacionais para a instituição.
•      Denota­-se a falta de argumentação acerca do processo de ensino­-aprendizagem - interface tecnológica educacional - sérias inconsistências, impropriedade e tímido emprego das terminologias em processos educativos.
•      Percebem a necessidade da atualização permanente, da necessidade de uma formação pedagógica e de experiência no magistério superior.
•      Reconhecem o valor do uso da internet em aula, porem como um meio ainda bastante tímido, voltado as informação gerais.
•      Porém em momento algum dos discursos percebeu­-se a orientação para a relevância da pesquisa.
•      Confiança exacerbada na devoção ao Estado e a instituição do trabalho com um caráter místico, para mitigar as disfunções organizacionais.
 
 
VARIÁVEIS
INTERFACE COMPORTAMENTAL
INTERFACE TECNOLÓGICA EDUCACIONAL
O bom professor e as técnicas de ensino.
 
•  Passar conhecimento sem exigir coisas mirabolantes, usar técnicas novas como vídeos, apresentações atualizadas não estressar o aluno com a mesma técnica.
•  Além de fundamentar os conhecimentos repassados em doutrinas, legislação e jurisprudência, utilizam exemplos práticos, erros e acertos do cotidiano profissional, vivenciados ou verificados, que servem para fixar o conhecimento e demonstrar como a legislação é aplicada na prática.
•  Com a evolução das tecnologias de informação este professor deve navegar na internet com os alunos para propiciar a troca de informações que circulam diariamente pelo mundo, ser capaz de fundir a teoria e a prática e construir um saber com base na discussão do tema da disciplina.
Conteúdos essenciais para ser um bom Oficial da PMSC.
•  Como já se tem a formação jurídica, devem­-se programar especialmente matérias ligadas à administração de pessoal, logística, etc. e também os processos dos serviços e rotinas internas, principalmente ligadas ás do Oficial subalterno.
•  Estimular a prática, inovação e criatividade.
•  Considerar as matérias inerentes à técnica policial.
•  Ter uma base teórica das atividades executadas pela Corporação.
•  Perspicácia e criatividade para lidar com os mais diversos problemas enfrentados, conhecimento das principais leis e suas aplicações práticas/jurisprudências.
•  Devoção ao serviço, conhecer e tentar resolver ou ao menos amenizar os problemas dos seus subordinados.
Caracterização do mau professor.
•  Aquele exige coisas infundadas.
•  Não deter o conhecimento prático do que leciona, deixando as aulas em um âmbito teórico, não aplicável.
•  Utilizar a da carga horária para conhecimentos pouco úteis ou úteis apenas para os interesses momentâneos do próprio instrutor, questões filosóficas ou discussões sobre princípios, que causem mais dúvidas do que conclusões objetivas.
•  Aquele que exige coisas infundadas, que não são utilizadas no serviço policial militar. 
•  Os que não possuem formação e experiência pedagógica no nível que leciona.
 
Síntese das impressões.
•  Percebe­-se códigos da fala dos docentes uma forte orientação para a organização, onde a hierarquia estabelece os valores das pessoas sugerindo inclusive, que a liderança está contígua nos galões.
•  Concebe o bom professor como aquele que “repassa” as experiências, em momento algum se percebeu uma preocupação com a interface comportamental sugerindo uma tendência clássica do processo de ensino aprendizagem.
•  Relega­-se o plano humanístico, a cultura, o background, os valores, as aspirações e os sentimentos encapsulando o discente do processo.
•  Desconhecem a necessidade e importância de políticas educacionais para a instituição.
•  Denota­-se a falta de argumentação acerca do processo de ensino­-aprendizagem - interface tecnológica educacional - sérias inconsistências, impropriedade e tímido emprego das terminologias em processos educativos.
•  Percebem a necessidade da atualização permanente, da necessidade de uma formação pedagógica e de experiência no magistério superior.
•  Reconhecem o valor do uso da internet em aula, porem como um meio ainda bastante tímido, voltado as informação gerais.
•  Porém em momento algum dos discursos percebeu­-se a orientação para a relevância da pesquisa.
•  Confiança exacerbada na devoção ao Estado e a instituição do trabalho com um caráter místico, para mitigar as disfunções organizacionais.
 
Fig. 5 - Impressão dos docentes acerca da docência militar
Fonte: Elaborado com base na pesquisa.
 
 
6. Discussão
 
O material construído com fulcro nos resultados, constante das Figuras 4 e 5 é bastante informativo permitindo uma ampla dimensão que possibilitará inúmeras considerações de interesse para a administração da instituição de ensino de ensino superior, interesses esses de cunho acadêmico e administrativo.
 
Na primeira perspectiva, a dos alunos, as contribuições caracterizam a maturidade dos discentes, orientando que um bom professor para o ensino militar, deve ser comprometido, estar e ser voltado ao desenvolvimento contínuo, ligado às novas tecnologias da informação digital.
 
Com referência a ênfase no pragmatismo da profissão os docentes se posicionaram, em, sua grande maioria em defesa de uma postura mais voltada a prática em detrimento dos conceitos filosófico e científico. Esta questão pode­-se compreender pelo momento que a PMSC viveu ao longo dos últimos anos embasada em rotinas personalísticas de comando, sem sequer um planejamento institucional de longo prazo.
 
Ficou bastante matizada a aversão ao comportamento tradicionalista uma vez que são construídos sem polidez e argumentações doutrinárias. Sugerindo a necessidade de uma forte orientação às relações humanas na ambiência acadêmica e profissional, ou seja, a necessidade de um docente com habilidades técnica, humana e conceitual.
 
O tratamento empregado na formação dos atuais cadetes da Academia da Polícia Militar sugere uma atmosfera de instituição total, onde o individuo tem seu ego massacrado. A mortificação do ego (Goffman, 2001) normalmente constitui numa possibilidade das Forças Armadas treinarem os recursos humanos para as contingências de guerra.
 
“Toda a aprendizagem precisa ser embasada em um bom relacionamento interpessoal entre os elementos que participam do processo, ou seja, aluno, professor, colegas de turma” (Cecília, 1998: 11).
 
Por último, ainda, em nível das microestruturas, percebeu­-se nos códigos da fala um elevado comprometimento e preocupação com o futuro de suas carreiras, uma vez que, a representação transpareceu certa tendência em conhecer a realidade do Oficial da Polícia Militar e inquietação com o redesenho do projeto organizacional da Academia da Polícia Militar da Trindade.
 
No prisma docente pode­-se constatar um desassossego em permear os pontos de vista macroestruturais, ou seja, a preocupação com o Estado, com a sociedade e com a Instituição acima das pessoas, evidentemente uma postura herdada ao longo dos últimos quarenta anos com a criação do projeto organizacional da Polícia Militar, o qual impingiu um forte paradigma de instituição total, orientado para a manutenção da segurança nacional.
 
A taxonomia de instituição total pode ser definida como o locus de residência e trabalho onde um considerável número de pessoas com situação congênere, isolados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, levam uma vida fechada e formalmente administrada (Goffman, 2001).
 
Consagrou­-se nos códigos da fala docente a ausência completa pela relevância do docente­-pesquisador, ou da pesquisa para o processo de ensino­-aprendizagem, fato assimétrico no discurso discente.
 
Ensinar requer rigorosidade metódica cujo tripé tríade ensinar­-aprender­-pesquisar constituem elementos simétricas e uma das condições cruciais à valorização do conhecimento pedagógico (Freire, 2002).
 
Do ponto de vista filosófico e conceitual, percebeu­-se uma orientação oposta onde segundo os fragmentos dos discursos dos docentes a prática não pode ser prescindida ao conhecimento científico.
 
 Sendo que numa organização de aprendizagem tem­-se a seguinte máxima: “Todos os funcionários, mas principalmente os gerentes, precisam tornar seu raciocínio mais disciplinado e prestar mais atenção aos detalhes. Devem se perguntar ‘como sabemos que isso é verdade?’ e ultrapassar o nível dos sintomas para chegar às causas subjacentes” (Wagner & Hollenbeck, 2000: 433).
 
O tipo de conhecimentos requerido atualmente é aquele que ultrapassa os limites de uma especialidade, mas sim, aquele que se abre para outras áreas e formas de conhecimento, procura integração, o diálogo, a complementação para melhor compreender o que está acontecendo no mundo, com a humanidade e seus fenômenos complexos (Masetto, 2009).
 
Do ângulo das habilidades comportamentais em raríssimos momentos se contempla essa variável imprescindível de ser relegada o segundo plano hodiernamente, por se tratar de um grupo discente, com alta maturidade relevante para o fim a que se destina ser Oficial da Polícia Militar.
 
No que tange ao desenvolvimento das capacidades voltadas às atividades de ensino infere­-se que os docentes, de modo geral, desconhecem as terminologias empregadas nos processos de ensino­-aprendizagem.
 
Do mesmo modo, em momento algum foram apresentados fragmentos que encerram o processo educativo como um sistema, os docentes tratam a questão de modo residual, não apresentaram suas impressões acerca do plano político pedagógico, sugerindo desconhecimento do mesmo, aspectos do conteúdo, da identidade do docente militar, e práxis educativa e por fim, da avaliação para caracterizar um bom ou mau professor.
 
 
Conclusão
 
Por muitos anos a educação na República Federativa do Brasil sofreu mudanças das correntes clássicas, estas herdadas por segmentos da igreja católica, especificamente pelos jesuítas, expulsos posteriormente pelo Marquês de Pombal.
 
“[...] na ação docente e discente hoje, em sala de aula, é muito similar ao descrito e proposto para as escolas jesuíticas no documento Rátio Studiorum, que representava em determinado momento histórico, com outros valores, problemas e desafios, [...]” (Pimenta & Anastasiou, 2002: 147).
 
“[...] nosso ensino privilegiaram a separação em detrimento da ligação e a análise em detrimento da síntese. Ligação e síntese continuam subdesenvolvidas. E isso, porque a separação e a acumulação sem ligar os conhecimentos são privilegiadas em detrimento da organização quer liga os conhecimentos” (2001: 24).
 
Desse modelo, lamentavelmente ainda hoje existem resquícios que restringem novos processos de ensino­-aprendizagem, é o caso da academia de polícia militar, hora estudada onde o arquétipo está caracterizado por um elevado espírito de emulação, as aulas possuem uma orientação de comunicação meramente unilateral predominando a memorização como resultado para o desempenho nas avaliações.
 
A sociedade contemporânea, conhecida como digital, apresenta uma gama avassaladora de informações que requer como atitude docente uma elevada intimidade com as principais bases de dados, mormente, as de comunicação científica o que naturalmente o faz um verdadeiro pesquisador.
 
Por outro lado, como a profusão das informações compete ao docente, ser uma pessoa capaz de motivar, compromissar e integrar os alunos durante a construção do conhecimento. Simetricamente, será vital considerar todo o arcabouço de conhecimento que os discentes construíram ao longo de suas vidas.
 
Os conjuntos de teorias que, necessariamente, permeiam as ciências necessitam serem curadas no contexto acadêmico em conexão com a realidade vivida pelos futuros profissionais, no caso o de oficial da Polícia Militar.
 
A exigência de uma visão de complexidade se consagra como sendo fundamental para o docente, sendo essencial conhecer a sua realidade humana, como ser dotado de pequenez e de grandezas é que esse poderá considerar no seu processo de construção, desconstrução e construção do novo conhecimento.
 
 
Referências
 
Babbie, E. (2005). Métodos de pesquisas de survey. 3. ed.  Belo Horizonte:  UFMG.
Balzan, N. C. (2008). Como e por que inovar na educação superior. In. Eggert, E.; Traversini, C.; Peres, E.; Bonin, I. Trajetórias e processos de ensinar e aprender: didática e formação de professores. Porto Alegre: EDIPUCRS.
Bispo, C. A. F., Zanela, A. A. (2009). Proposta de reestruturação do ensino superior no comando da aeronáutica. Academia da Força Aérea. Recuperado em 29 jan. 2011 de, http://www.aman.ensino.eb.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=90&Itemid=60&mosmsg=Acesso+restrito.+Dom%EDnio+n%E3o+autorizado.+%28www.google.com.br%29
Bosi, A.P. (2007). A precarização do trabalho docente nas instituições de ensino superior do Brasil nesses últimos 25 anos. Educação e Sociedade, 28(101), 1503­-1523. Recuperado em 07 dez. 2010, de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010173302007000400012&lng=en&nrm=iso
Cecília, M. C. (1985). O professor universitário em aula: prática e princípios teóricos. São Paulo: MG Ed. Associados.
Cervo, A. L. Bervian, P. A. (2004) Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo; Prentice Hall.
Cimadon, A. (2008). Ensino e aprendizagem na universidade: Um roteiro de estudos. 3. Ed., Joaçaba: Ed. UNOESC.
Coppelletti, I. F. (1992). A docência no ensino de 3º grau. In. D’Antola, A. (Org.) A prática docente na universidade. São Paulo: EPU.
Cunha, M. I. (2000). Docência na universidade, cultura e avaliação institucional: saberes silenciados em questão. Revista Brasileira de Educação. ANPED. Campinas: Autores Associados, 11(32), 258­-271.
Duarte, A. F. C. (2009). Lógica dialógica nas agulhas negras. Apresentação de um protótipo de adaptação virtual do conteúdo presencial de Filosofia na Academia Militar das Agulhas Negras. Academia Militar das Agulhas Negras. Recuperado em 07 de jan. 2010, de http://www.aman.ensino.eb.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=77&Itemid=60&mosmsg=Acesso+restrito.+Dom%EDnio+n%E3o+autorizado.+%28www.google.com.br%29
Fernandes, C. G. (2010). A educação do oficial para um mundo cibernético. Academia Militar das Agulhas Negras. Recuperado em 07 de jan. 2010, de http://www.aman.ensino.eb.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=90&Itemid=60&mosmsg=Acesso+restrito.+Dom%EDnio+n%E3o+autorizado.+%28www.google.com.br%29
FREIRE, P. (2002). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25 ed. São Paulo: Paz e Terra.
Godoy, T. R. P. (2010). Formação dos oficiais das forças armadas no Brasil: urgente coordenação dos fundamentos e conteúdos pelo ministério da defesa. Academia da Força Aérea. Recuperado em 07 de jan. 2010, de http://www.aman.ensino.eb.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=90&Itemid=60&mosmsg=Acesso+restrito.+Dom%EDnio+n%E3o+autorizado.+%28www.google.com.br%29
Giddens, A. (2002) Modernidade e identidade. Rio de Janeiro: Zahar.
Gil, A. C. (1999). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas.
Gil, A. C. (2007). Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas.
Goffman, E. (2001). Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva.
Gómez, A. P. (1995). O pensamento prático do professor: a formação do professor como profissional reflexivo. In. Nóvoa, A. (Org.) Os professores e sua formação. Lisboa: Publicações Don Quixote.
Harden, R. M.; Crosby, J. (2000). AMEE Guide n. 20: the good teacher is more than a lecturer the twelve roles of the teacher. Medical Teacher, 22(4).
Hasset, M. F. (2000). What makes a good teacher? Adventures in assessment, 12 (Winter).
Hirata N., Lemes, L. R., Inácio Jr., E. (2010). Conhecer para entender, entender para relacionar, relacionar para ensinar: O caso da academia da força área. Academia da Força Aérea. Recuperado em 07 de jan. 2010, de http://www.aman.ensino.eb.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=90&Itemid=60&mosmsg=Acesso+restrito.+Dom%EDnio+n%E3o+autorizado.+%28www.google.com.br%29
Hummel, A. (2010). Informação e sujeito nas instituições totais: perspectivas para as academias Militares. Academia Militar das Agulhas Negras. Recuperado em 07 de jan. 2010, de http://www.aman.ensino.eb.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=90&Itemid=60&mosmsg=Acesso+restrito.+Dom%EDnio+n%E3o+autorizado.+%28www.google.com.br%29
Kincheloe, J. (1998).  A formação do professor como compromisso político - mapeando o pós­-moderno. Porto Alegre. Artes Médicas.
Lakatos, E. M.; Marconi, M. (2007). A. Fundamentos de Metodologia Científica. 6. ed. - 4. Reimpr. São Paulo: Atlas.
Leal, G. F. (2010). Autonomia versus homogeneização na formação dos oficiais da força aérea brasileira: hipóteses preliminares. Academia da Força Aérea. Recuperado em 07 de jan. 2010, de http://www.aman.ensino.eb.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=90&Itemid=60&mosmsg=Acesso+restrito.+Dom%EDnio+n%E3o+autorizado.+%28www.google.com.br%29
Libâneo, J. C. (1998). Adeus professor, Adeus professora? São Paulo. Cortez.
Libâneo, José C. (2001).  Organização e gestão de escola. Goiânia. Ed. Alternativa.
Lima, M. S. L. (2001).  A formação contínua dos professores nos caminhos e descaminhos do desenvolvimento profissional. São Paulo. FE­-USP. Tese de Doutorado.
Ludke, M., Boing, L. A. (2007). O trabalho docente nas páginas de Educação & Sociedade em seus (quase) 100 números. Educação e Sociedade, 28(100). Recuperado em 15 dez. 2010, de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101­-73302007000300025&lng=en&nrm=iso
Silva, L. M. A., Pereira, V. M. (2010). Formação dos futuros oficiais da força aérea brasileira: diretrizes da estratégia nacional de defesa. In: II Encontro Pedagógico do Ensino Superior Militar, Academia Militar das Agulhas Negras, Resende/RJ. Recuperado em 07 de jan. 2010, de http://www.ead.fea.usp.br/eadonline/grupodepesquisa/publica%C3%A7%C3%B5es/luiz/17.pdf
Malhotra, N. K. (2001). Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 3. ed. Porto Alegre: Bookman.
Masetto, M. T. (1998).  Professor universitário: um profissional da educação na atividade docente.  In: Masetto (Org.). Docência na universidade.  Campinas. Papirus.
Masetto, M. T. (2009).  Formação pedagógica dos docentes no ensino superior. Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pesquisa em Administração. Edição Especial. 1(2) 04­-25.
Marques, A. S., Castro, G. T. I., Moreira, L. J. P., Ramos, V. F. (2010). Pesquisa em educação na escola naval: novas tecnologias de Informação e comunicação nos processos educacionais. Marinha do Brasil - Escola Naval. Recuperado em 07 de jan. 2010, de http://www.aman.ensino.eb.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=90&Itemid=60&mosmsg=Acesso+restrito.+Dom%EDnio+n%E3o+autorizado.+%28www.google.com.br%29
McEwan, E. K. (2002). Ten traits of highly effective teachers: how to hire, coah, and mentor successful teachers. California: Corwin Press.
Minayo, M. C. S. (2003). (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 22. ed. Rio de Janeiro: Vozes.
Morin, E. (2000). Os sete saberes necessários á educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F. da Silva e Jeanne Sawaia. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO.
Morin, E. (2001). A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Trad. Eloá Jacobina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.
Morosini,  M. C. (2000).  Professor do Ensino Superior: identidade, docência e formação. Brasília: Instituto Nacional de Estudos  e Pesquisas Educacionais.
Neto, J. P. S. (2010). A sociedade contemporânea e a carreira militar. Escola Naval. Recuperado em 07 de jan. 2010, de http://www.aman.ensino.eb.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=90&Itemid=60&mosmsg=Acesso+restrito.+Dom%EDnio+n%E3o+autorizado.+%28www.google.com.br%29
Nóvoa, A. (org). (2002).  Profissão professor. Ed. Porto: Porto Editora.
Nóvoa, A. (2006). Os professores e o novo espaço público da educação. In. Gonçalves, R. A. et al., (Orgs.). Educação e sociedade: perspectivas educacionais no século XXI. Santa Maria: UNIFRA.
Oliveira, M. K. (1999). Jovens e adultos como sujeitos de conhecimento e aprendizagem. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, n. 12, 59­-73.
Oliveira, D. A. (2007). Política educacional e a re­-estruturação do trabalho docente: Reflexões sobre o contexto Latino­-americano. Educação e Sociedade, 28(99), 355­-375. Recuperado em 02 jan. 2011, de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101­-73302007000200004&lng=en&nrm=iso
Pérez, G. (2001)., A. I. A cultura escolar na sociedade neoliberal. Porto Alegre: Artmed.
Pimenta, S. G., Anastasiou, L. (2008). Docência no ensino superior. 3. ed. São Paulo: Cortez.
Poncioni, P. (2005). O modelo policial profissional e a formação profissional do futuro policial nas academias de polícia do estado do rio de janeiro. Sociedade e Estado, 20(3), 585­-610.
Potenza, E. (2002). The seven roles of the teacher. The teacher/M&G Media. Johannesburg, fev. Recuperado em 07 jan. 2011, de http://www.teacher.co.za/200202/curriculum.html
Ribas, D. (2008). A docência no ensino superior e as novas tecnologias. Revista Eletrônica Lato Sensu, 3(1). Recuperado em 07 jan. 2011, de http://web03.unicentro.br/especializacao/Revista_Pos/P%C3%A1ginas/3%20Edi%C3%A7%C3%A3o/Humanas/PDF/3­-Ed3_CH­-DocenciaEns.pdf
Ribeiro, A. J. (2010). A evolução do conceito de segurança e seus reflexos para o ensino superior militar. Academia Militar das Agulhas Negras. Recuperado em 07 jan. 2010, de http://www.aman.ensino.eb.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=90&Itemid=60&mosmsg=Acesso+restrito.+Dom%EDnio+n%E3o+autorizado.+%28www.google.com.br%29
Ristoff, D. I. (1999).Universidade em foco: reflexões sobre a educação superior. Florianópolis: Insular, 1999
Saúl, L. Á., López­-González, M. Á., Bermejo, B. G. (2009). La orientación educativa en las universidades españolas: De la orientación laboral y vocacional a la atención psicológica. Acción Psicológica, 6(1), 7­-15
Schön, D. A. (2000). Preparando os profissionais para as demandas da prática. SCHÖN, Donald A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto alegre, RS: ARTMED
Schwengber, C. A. Ensino militar como instrumento de mudança. Academia Militar das Agulhas Negras. Recuperado em 07 de jan. 2010, de http://www.aman.ensino.eb.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=77&limit=5&limitstart=20&order=date&dir=DESC&Itemid=60
Souza L. R. A formação do educador policial militar. PUC de São Paulo. Recuperado em 07 de jan. 2010, de http://www.uninove.br/PublishingImages/Mestrados%20e%20Doutorados/edu/I%20seminario/MPF%2026.pdf
Sousa, O. C. (2003). Aprender e ensinar: Significados e mediações. In: Teodoro, A. e Vasconcelos, M. L. (Orgs). Ensinar e aprender no ensino superior: Por uma epistemologia da curiosidade na formação universitária. São Paulo: Editora Mackenzie; Cortez.
Souza, L. A. F. (2003). Polícia, direito e poder de polícia. A polícia brasileira entre a ordem pública e a lei. Revista Brasileira de Ciências Criminais. 43, 295­-321.
Santos, B. S. (2005). A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. São Paulo: Cortez Editora.
Tardif, M. (2002). Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, RJ: Vozes.
Vasconcelos, M. L. M. C. (2000). Aformação doprofessordoensinosuperior. 2ª ed. São Paulo: Pioneira.
Vilela, D. L., Silva, I. J., A. L. (2009). A cooperação Universidades­-AFA no desenvolvimento de pesquisas para a adequação de ferramentas de gestão pública ao âmbito militar. Academia da Força Aérea. Recuperado em 07 de jan. 2010, de http://www.aman.ensino.eb.br/index.php?option=com_docman&task=cat_view&gid=77&Itemid=60&mosmsg=Acesso+restrito.+Dom%EDnio+n%E3o+autorizado.+%28www.google.com.br%29
Wagner III, J. A. Hollenbeck, J. R. (2000). Comportamento organizacional: Criando vantagem competitiva. São Paulo: Saraiva.
Zabalza, M. A. (2004). O ensino universitário: Seu cenário e seus protagonistas. Porto
Alegre: Artmed.
 
 
*      Tenente­-coronel da PMSC - Centro de Estudos Superiores e Subdiretor da Diretoria de Ensino da PMSC, Mestre em Relações Econômicas e Sociais Internacionais - UMINHO, Portugal. Doutorando pela Universidad de León­-Espanha.
**     Major da PMSC. Mestrando em Engenharia e Gestão do Conhecimento - EGC - UFSC.
Gerar artigo em pdf
2012-05-31
911-935
3238
98
REVISTA MILITAR @ 2024
by COM Armando Dias Correia